domingo, 9 de maio de 2010

João Mario





Morte.

Como se por aqui rastejasse tua ausência

Perturbadora sombra delineando frestas e cantos
Como se por aqui rastejasse
Possuída de um vazio sufocante
A ausência repugnante de ti.

Como se ainda me lambesse os olhos fechados
A espreitar algum brilho por detrás das pálpebras mortas

Como se ainda molhasse minha língua seca e inerte
Para que dissesse o sim fatal de uma prece
Para que tudo cesse como folhas imóveis ao vento em meio à tempestade
Para que tudo cale em meio a um grito de dor inaudível
Para que tudo seja sorriso na morte e na agonia do fim

Como se aqui rastejasse alguma ausência assim.

João Mario Fleury Corrêa




Blog do poeta:  http://camoesdecueca.blogspot.com/

2 comentários:

  1. GOSTEI MUITO DO SEU BLOG ESPERO QUE GOSTE DO MEU!

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  2. Tatiane,

    Só tem autores consagradíssimos no seu blog, é meio estranho ver-me publicado aqui. Mas é bom, vim te agradecer.
    Um bj.
    João Mario

    ResponderExcluir

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