quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Marcos de Sá

Egon Schiele



Profana Dança

Jogar amor, as regras desconheço
Atuo sempre desorientado
Se tento é sempre intento fracassado
Desgarro, agarro, amarro e então pereço

Profano, danço até que hesito exausto
Espelho expresso rápido indeciso
Duvido olhar calado peito inciso
Afago, ofego e me redimo infausto

Em minha pele cada poro sua
Mentira que transpira, inspira e clama
Derrama sobre sua pele nua

A mesma farsa em dois subtraída
Sentida só depois que a fria chama
Apaga e chama à vida desmentida


Marcos de Sá


Blog do Poeta: http://markitoland.blogspot.com/                                                              

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Drummond

Para começar bem o ano...


Ausência


Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.



Carlos Drummond de Andrade

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