terça-feira, 31 de agosto de 2010

Sandres

Burocrático

O que torna a poesia inacessível,

Não é um poeta ruim,
Nem um português arcaico.
Não é o romantismo anacrônico,
Nem o rigor parnasiano.
Não é o desespero niilista,
Nem a falta de sentido concretista.
O que prende os livros nas prateleiras
É o maldito ICMS.
Desde quando poesia é mercadoria?


   Gustavo Sandres


Conheça o Blog do poeta:
http://gsandres.wordpress.com/

7 comentários:

  1. E perto disso que é grave ainda temos aqueles que lêem mas não praticam tal feito
    ...

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  2. Não dar valor comercial a poesia cria-se dois pensamentos. Primeiro: se não é negócio, é nobre, não está sujo com dinheiro, seu valor é espiritual. Segundo: se não é negócio, não contribui com a Grande Máquina, portanto, numa sociedade capitalista, o poeta será visto como um mero enfeite ou um marginal, que deve ser expulso a pontapés. A poesia não é mercadoria, mas o poema é fruto do trabalho, da técnica, do esforço e do conhecimento adquirido com muito tempo.

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  3. Ótimo poesia, muito beme scolhida. Acesso livre a arte jáá!!!

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  4. Tati, muito obrigado pela postagem do poema, agradeço pelo comentário de todos.
    Alex, concordo com suas observações, contudo, tenho algumas ressalvas a fazer. Por exemplo, há uma lista enorme de ítens na SEFAZ, isenta de ICMS, porque o livro não poderia ser? Não quero me ater ao fato do imposto, ele é apenas mais um, no valor de um livro também consta, IR, PIS, COFINS, e tantos outros. Mas o que quero trazer talvez, é a possibilidade de que um livro se distancia do leitor por seus preços exorbitantes, sou um consumidor, sei como é isso. Concordo plenamente que o livro é algo que deve ser negociado, é uma empresa, e deve movimentar dinheiro, mas por que o governo precisa tornar tudo mais caro? Por que uma margem tão grande de impostos e alíquotas, se o livro é um bem de interesse público?

    Bem, talvez eu esteja enganado, o que não seria nada de incomum, talvez não. Quem sabe não é? No fim, é tudo uma metáfora, podemos interpretar como quisermos.

    Abraço a todos?

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  5. Pessoal peço desculpas, na saudação final, onde aparece uma interrogação, leia-se ponto.

    Abraço a todos.

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  6. Como diria Monteiro Lobato: "Um país se faz com homens e livros" e ainda melhor disse Tércio Fonseca: "Um país se faz com homens e livros, o problema é o preço"
    O primeiro estava certo, mas o segundo está mais que certo, está coerente com a realidade e esse poema do Sandres, meu amigo querido, vem ilustrar a dificuldade em difundir a cultura e a poesia em nosso país.
    Mas, como eu já disse ao Gustavo e digo a vocês, não desistam, vamos burlar o que nos é incoerentemente "imposto"!
    Um abraço a todos.

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