domingo, 11 de julho de 2010

Poema da Despedida

Não saberei nunca
dizer adeus

Afinal,
só os mortos sabem morrer

Resta ainda tudo,
só nós não podemos ser

Talvez o amor,
neste tempo,
seja ainda cedo

Não é este sossego
que eu queria,
este exílio de tudo,
esta solidão de todos

Agora
não resta de mim
o que seja meu
e quando tento
o magro invento de um sonho
todo o inferno me vem à boca

Nenhuma palavra
alcança o mundo, eu sei
Ainda assim,
escrevo.


Mia Couto

3 comentários:

  1. Fiquei muito contente ao encontrar este espaço poético. Acho que ficarei por aqui. Parabéns pelo gosto refinado!

    Abraços!

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  2. Obrigada querido! Seja muito bem vindo.
    Um abração.

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  3. Adorei o espaço poético também, ótimos textos
    com textos de tirar o folego, também escrevo e acabei caindo por engano nesta página e não gonseguia parar de ler.
    Parabéns.

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