quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Cordel do fogo encantado



O Espetáculo.

Aqui do alto do cruzeiro
Onde o vento faz a curva pra voltar com mais coragem
Vejo o sol tocando na ponta do pára-raio da cruz
Elimino a ofensa do atrito
Atravanco o portão da ventania
Faço a caixa do mar ficar vazia
Boto o teto no vão do infinito

Pra dar pão pra os filhos que tem fome
Que chegam magos da guerra
O mensageiro do sonho
Nesse terreno que treme
Da magra mão estendida
Da paixão que grita e geme
Das curvas do firmamento
Da claridade da lua
Solidão do mundo novo
A batucada da rua
O espetáculo não pode parar
Quando a dor se aproxima
Fazendo eu perder a calma
Passo uma esponja de rima
Nos ferimentos da alma

O espetáculo não pode parar
Há certas coisas na vida
que eu olho e fico surpreso
Uma nuvem carregada
Se sustentar com o peso
E de dentro de um bolo d'água
Sair um corisco aceso.


Lirinha, Manoel Foló, Jô Patriota e Manoel Chudu.

Um comentário:

LinkWithin

Related Posts with Thumbnails