Le Sacre Du Printemps by Pina Bausch Wuppertal Dance Theater
domingo, 30 de maio de 2010
quinta-feira, 13 de maio de 2010
João Cabral de Melo Neto
Morte e Vida Severina (Latifúndio)
Música de Chico Buarque
João Cabral de Melo Neto
domingo, 9 de maio de 2010
João Mario
Morte.
Como se por aqui rastejasse tua ausência
Perturbadora sombra delineando frestas e cantos
Como se por aqui rastejasse
Possuída de um vazio sufocante
A ausência repugnante de ti.
Como se ainda me lambesse os olhos fechados
A espreitar algum brilho por detrás das pálpebras mortas
Como se ainda molhasse minha língua seca e inerte
Para que dissesse o sim fatal de uma prece
Para que tudo cesse como folhas imóveis ao vento em meio à tempestade
Para que tudo cale em meio a um grito de dor inaudível
Para que tudo seja sorriso na morte e na agonia do fim
Como se aqui rastejasse alguma ausência assim.
João Mario Fleury Corrêa
Blog do poeta: http://camoesdecueca.blogspot.com/
terça-feira, 4 de maio de 2010
Gullar
Traduzir-se
Uma parte de mim
é todo mundo:
outra parte é ninguém: fundo sem fundo.
Uma parte de mim
é multidão:
outra parte estranheza
e solidão.
Uma parte de mim
pesa, pondera:
outra parte
delira.
Uma parte de mim
almoça e janta:
outra parte
se espanta.
Uma parte de mim
é permanente:
outra parte
se sabe de repente.
Uma parte de mim
é só vertigem:
outra parte,
linguagem.
Traduzir uma parte
na outra parte
— que é uma questão
de vida ou morte —
será arte?
Ferreira Gullar
De Na Vertigem do Dia.
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